domingo, 14 de dezembro de 2008


"Eu sou um contador de histórias...
Gosto muito de me aventurar no universo das palavras,
gosto de vê-las clamando por minhas mãos,
desejosas de saírem da condição de silêncio.
Escrever é uma forma de desvendar o mundo."
Pe. Fábio de Melo

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O anjo Malaquias


O anjo Malaquias
(Mário Quintana)

O Ogro rilhava os dentes agudos e lambia os beiços grossos, com esse exagerado ar de ferocidade que os monstros gostam de aparentar, por esporte.
Diante dele, sobre a mesa posta, o Inocentinho balava, imbele. Chamava-se Malaquias - tão piquinininho e rechonchudo, pelado, a barriguinha pra baixo, na tocante posição de certos retratos da primeira infância...
O Ogre atou o guardanapo ao pescoço. Já ia o miserável devorar o Inocentinho, quando Nossa Senhora interferiu com um milagre. Malaquias criou asas e saiu voando, voando, pelo ar atônito... saiu voando janela em fora...
Dada, porém, a urgência da operação, as asinhas brotaram-lhe apressadamente na bunda, em vez de ser um pouco mais acima, atrás dos ombros. Pois quem nasceu para mártir, nem mesmo a Mãe de Deus lhe vale!
Que o digam as nuvens, esses lerdos cágados das alturas, quando, pela noite morta, o Inocentinho passa por entre elas, voando em esquadro, o pobre, de cabeça para baixo.
E o homem que, no dia do ordenado, está jogando os sapatos dos filhos, o vestido da mulher e a conta do vendeiro, esse ouve, no entrechocar das fichas, o desatado pranto do Anjo Malaquias!
E a mundana que pinta o seu rosto de ídolo... E o empregadinho em falta que sente as palavras de emergência fugirem-lhe como cabelos de afogado... E o orador que pára em meio de uma frase... E o tenor que dá, de súbito, uma nota em flaso... Todos escutam, no seu imenso desamparo, o choro agudo do Anjo Malaquias!
E quantas vezes um de nós, ao levar o copo ao lábio, interrompe o gesto e empalidece... - O Anjo! O Anjo Malaquias! - ... E então, pra disfarçar, a gente faz literatura... e diz aos amigos que foi apenas uma folha morta que se desprendeu... ou que um pneu estourou, longe... na estrela Aldebaran...

A primavera da lagarta



. Grande comício na floresta, bem no meio da clareira debaixo da bananeira.
. Dona formiga convocou a reunião:
(Formiga) – Isso não pode continuar!
(Camaleão) – Não pode não! Apoiava o camaleão.
(Formiga) – É um desaforo. A formiga gritava.
(Camaleão )- É mesmo! O camaleão concordava.
. A joaninha que vinha chegando naquele instante, perguntava;
(Joaninha) – Qual é o desaforo, heim?
(Formiga) – É um desaforo o que a lagarta faz!
(Louva – a - deus) – Come tudo que é folha! Reclamava o louva – a – deus.
(Formiga) – Não há comida que chegue!
. A lagartixa não concordava.
(Lagartixa) – Por isso não, que as senhoras formigas também comem!
(Camaleão) – É isso mesmo! Apoiou o camaleaõ que vivia mudando de opinião.
(Formiga) – É muito diferente! Depois a lagarta é uma grande preguiçosa, vive lagarteando por aí.
(Camaleão) – Vai ver que a lagartixa é parente da lagarta! Disse o camaleão que já tinha mudado de opinião.
(Lagartixa) – Parente não! Falou a lagartixa. – É só uma coincidência nome!
(Formiga) – Então não se meta!
(Gafanhoto) – Abaixo a lagarta! Disse o gafanhoto. – Vamos acabar com ela!
(Libélula) – Vamos sim! Disse a libélula. Ela é muito feia!
. O senhor caracol ainda quis fazer um discurso.
(Sr caracol) – Hum...é...minhas senhoras e meus senhores! Como é para o bem geral e para a felicidade nacional, em meu nome e em nome de todo mundo interessado...como diria o conselheiro Furtado, quero deixar consignado que está tudo errado!
. Mas como o caracol era muito enrolado, ninguém prestava atenção no coitado.
. Já estavam todos se preparando para caçar a lagarta.
(Aranha) – Abaixo a feiúra! . Gritava a aranha, como se ela fosse muito bonita!
(Louva – a – deus) – Morra a comilona! . Exclamava o louva –a – deus, como se ele não fosse um comilão também.
(Cigarra) – Vamos acabar com a preguiça! . Berrava a cigarra, esquecendo de sua boa fama.
. E lá se foram eles, cantando e marchando:
(Todos) – Um, dois, feijão com arroz...Três, quatro, feijão no prato...
. Mas... a primavera havia chegado. Por toda a parte havia flores na floresta. Até parecia festa...Os passarinhos cantavam. E as borboletas! Quantas borboletas! De todas as cores, de todos os tamanhos, borboleteavam pela mata. E os caçadores procuravam pela lagarta.
(Todos) – Um, dois, feijão com arroz...E perguntavam às borboletas que passavam:
- Vocês viram a lagarta que morava na amoreira?
- Aquela preguiçosa, comilona, horrorosa?
. As borboletas riam riam...Iam passando e nem respondiam!
. Até que veio chegando uma linda borboleta.(Borboleta) - Estão procurando a lagarta da amoreira?
- (Todos) – Estamos sim! Aquela horrorosa,! Comilona!
. E a borboleta bateu as asas bateu as asas e falou:
(Borboleta) – Pois sou eu.
(Todos) – Não é possível, não pode ser verdade! Você é tão linda!
. E a borboleta sorrindo, explicou:
(Borboleta) – Toda lagarta tem seu dia de borboleta. É só esperar pela primavera!
Não é possível, só acredito vendo!
(Borboleta) - Venha ver! Isso acontece com todas as lagartas. Eu tenho uma irmã que está acabando de virar borboleta.
. E todos correram prá ver! E ficaram quietinhos espiando.
. E a lagarta foi se transformando, foi se transformando até que de dentro do casulo nasceu uma borboleta.
. Os inimigos da lagarta ficaram admirados!
- É um milagre!
(Camaleão) – Bem que eu falei! Disse o camaleão que já havia mudado de opinião.
. E a borboleta falou:
(Borboleta) – É preciso ter paciência com as lagartas, se quisermos conhecer as borboletas.

(Retirado do CD “Mil pássaros” Produzido por: Sandra Peres e Paulo Tatit,, narrado pela própria autora da história: Ruth Rocha)

domingo, 27 de julho de 2008


ROMEU E JULIETA
RUTH ROCHA

Há muito tempo, não muito longe daqui, havia um reino muito engraçado. Todas as coisas eram separadas pela cor. Branco, amarelo, azul, vermelho, preto.
O que era branco morava junto com o que era branco. Todas as flores brancas no mesmo canteiro.
As borboletas brancas só visitavam o canteiro branco.
Todas as flores azuis num canteiro separado. E as borboletas azuis só visitavam este canteiro. Não havia misturas...
No canteiro amarelo, morava uma linda família de borboletas amarelas. Tinham uma filhinha chamada Julieta.
Ela era muito engraçadinha. Já sabia voar. De manhã, voava com sua mãe de flor em flor.
Mas quando Julieta queria voar para o canteiro azul, sua mãe dizia:
- Não, Julieta, tal borboleta no seu canteiro!
Julieta ficava triste. Fechava as asas, abaixava as antenas e chorava uma lágrima amarela de borboleta...
No canteiro de miosótis, morava uma família de borboletas azuis. Tinham um filhinho chamado Romeu.
Romeu era muito engraçado. Sabia voar para frente e para trás. Dava cambalhotas no ar. Voava com uma asa só. Borboleteava por todo canto.
O pai sempre falava:
- Romeu, Romeu, nada de passeios nos canteiros de outra cor, é perigoso!
- Ah, papai, as roasa são tão cheirosas...
- Cheiro não é tudo na vida, meu filho. Lugar de borboleta azul é no canteiro azul. Sempre foi assim...
Romeu fechava as asas, abaixava as antenas, perdia a graça e pensava:
- Por que?
Mas Romeu era muito curioso. Queria conhecer todas as cores. Todas as flores. Todos os canteiros.
Um dia, na primavera, seu amiguinho Ventinho falou:
- Vamos dar uma voltinha?
- Onde?
- No canteiro das margaridas. Está lindo...
- Papai não deixa, margarida é amarela, e eu? sou azul. Depois as borboletas amarelas podem não gosta, não é?
- Que bobagem! Eu tenho uma amiguinha chamada Julieta, que é muito boazinha e ela é amarela...Duvido que ela não goste de você. Vamos?
- Ta bom, mas não conta nada pra ninguém.
E eles saíram voando de flor em flor.
Quando chegaram ao canteiro amarelo, Romeu se escondeu no talo de uma margarida, que gostou logo dele. E Ventinho trouxe Julieta para conhecer Romeu. Os dois logo ficaram amigos.
- Que asas lindas!
- Que nada! As suas são mais bonitinhas...
- Como você voa engraçadinho...
E Romeu fez tudo que sabia para Julieta ver.
E os dois deram cambalhotas juntos. Julieta errou, poprque nunca tinha dado cambalhotas.
Romeu deu uma risada azul e Julieta deu uma risadinha amarela...
Os três, voando e borboleteando de flor em flor, entraram, sem perceber, na floresta.
E viram coisas que nunca tinham visto. Plantas estranhas, bichos de todos os tamanhos e um riacho que cantava: Chuá, chuá...
E eles olharam dentro do riacho e gritaram
- Olhe as borboletas...
- Dentro d’agua, molhadas...
Ventintinho riu muito;
- São vocês mesmos. A água é como um espelho!
E os dois fizeram muitas brincadeiras defronte da água – caretas, pulos. E deram muita risada. E Ventinho fazia ondas na água e atrapalhava.
Numa clareira da floresta, uma família fazia piquenique. As crianças cantavam: “Apareceu a margariga,
Olé, olé, olá...
Apareceu a margarida,
Olé, seus cavaleiros...”

Eles gostaram muito e resolveram brincar também. Entraram na roda. O vento mexia no cabelo dos meninos. E as borboletas dançavam. Mas um menino parou e gritou:
- Olha lá! Vamos caçar borboletas para minha coleção?
- Ih...Nossa!
Romeu se assustou, Julieta ficou ainda mais amarela. Ventinho soprou uma poeira para atrapalhar os meninos e berrou:
- Fuja, Romeu! Fuja, Julieta! Depressa!
E os dois voaram...e sumiram dentro da floresta.
No canteiro amarelo, a mãe de Julieta chorava:
- Onde está minha borboletinha?
Nenhuma margarida dizia nada.
No canteiro azul, a mãe de Romeu gritava:
- Romeu, filho meu, onde você se meteu?
E os papais borboleteavam para todos os lados e não achavam nada. Mas também, dos seus canteiros, não arredavam as asas.
Mas lá no fundo da floresta, Romeu e Julieta já estavam cansados, coitados:
- Não adianta, Romeu, nós não sabemos o caminho...
E Ventinho levantava as folhas, procurando o caminho. Estava escuro e não se enxergava nada...Julieta tremia de frio, a floresta estava diferente...
Os passarinhos piavam. Os olhos dos bichos brilhavam no escuro. E dona Coruja falou, com a voz grossa:
- Fiquem aqui junto de mim! Hum, hum, hum! Fiquem aqui até o dia clarear!
E eles ficaram.
Mas olhavam para todos os lados:
- Será que ninguém vem buscar a gente?
- Mas...será?
Mas você não sabe o que aconteceu lá nos canteiros... Dona Margarida falou com a borboleta amarela. Contou que Julieta tinha saído com Romeu e Ventinho.
E a borboleta amarela criou coragem e foi falar com a borboleta azul. As duas se juntaram, chamaram os maridos e foram falar com o senhor Vento e dona Ventania.
E todos Saíram de canteiro em canteiro procurando:
- Romeeeu!!
- Lulieta!!
- Ventinho!...
Do canteiro verde, vieram os vaga-lumes com suas lanterninhas. A noite juntos procuraram.
E quando amanheceu o dia, o céu estava cheio de cores. Romeu e Julieta, encolhidinhos no seu galho, viram chegar uma revoada de pontinhos coloridos. Que beleza...
Julieta arregalou os olhos. E Ventinho fez:
- Fiuuuuuuuuu!
Romeu bateu palmas. E cada mamãe pegou o seu filhinho.
E as outras borboletas, contentes, borboleteavam. Batiam as asas. Falavam.
- Até que enfim...Achamos...
- Achamos...Que bom!
E quando chegou de novo a primavera tudo estava diferente naquele reino. Os canteiros tinham todas as cores misturadas. Margaridas nasciam ao lado dos cravos. Dálias amarelas ao lado dos miosótis. E as rosas brancas, vermelhas, amarelas cresciam juntas, misturadas. E juntas brincavam as borboletas. Todas as borboletinhas brincavam de roda. E cantavam:
!Se todas as borboletas do mundo
Pudessem se dar as mãos,
Fariam uma grande roda,
Uma grande roda em volta do mundo.”

(Retirado do CD “Mil pássaros” Produzido por: Sandra Peres e Paulo Tatit,, narrado pela própria autora da história: Ruth Rocha)

sábado, 28 de junho de 2008

Sabe como as histórias chegaram até aqui?


Ananse e o baú das Histórias
(Lenda africana)

Existe uma lenda africana que nos conta que houve um tempo em que na Terra não havia histórias para se contar, pois todas pertenciam a Nayane, o Deus dos céus.
Kwaku Ananse, o homem Aranha, queria comprar as histórias de Nyame, o Deus do céu, para contar ao povo de sua aldeia, então por isso um dia, ele teceu uma imensa teia de prata que ia do céu até o chão e por ela subiu. Quando Nyame ouviu Ananse dizer que queria comprar as sua histórias, ele riu muito e falou:
_ O preço de minhas histórias, Ananse, é que você me traga Osebo, o leopardo de dentes terríveis, Mmboro os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu.
Ele pensava que com isso, faria Ananse desistir da id éia, mas ele apenas respondeu:
_Pagarei seu preço com prazer,ainda lhe trago Ianysiá, minha velha mãe, sexta filha de minha avó.
Novamente o Deus do céu riu muito e falou:
_Ora Ananse, como pode um velho fraco como você, tão pequeno, tão pequeno, tão pequeno, pagar o meu preço?
Mas Ananse nada respondeu, apenas desceu por suas teias de prata que ia do céu até o chão para pegar as coisas que Deus exigia. E correu por toda a selva até que encontrou Osebo, leopardo de dentes terríveis.
Aha, Ananse!. Você chegou na hora certa para ser meu almoço.
Oque tiver de ser será, disse Ananse. Mas primeiro vamos brincar do jogo de amarrar?
O leopardo que adorava jogos, logo se interessou.
Como se joga esta jogo?
Com cipós, eu amarro você pelo pé e pelo pé com o cipó, depois eu desamarro, ai, é a sua vez de me amarrar. Ganha quem amarrar e desamarrar mais depressa.
Muito bem - rosnou o leopardo que planejava devorar o Homem Aranha assim que o amarrasse.
Ananse, então, amarrou Osebo pelo pé, pelo pé, pelo pé e pelo pé, e quando ele estava bem preso, pendurou - o amarrado a uma árvore dizendo:
_Agora Osebo, você está pronto para encontrar Nyame o Deus do céu.
Ai, Ananse cortou uma folha de bananeira, encheu uma cabaça com água e atravessou o mato alto até a casa de Mmboro. Lá chegando, colocou a folha de bananeira sobre sua cabeça, derramou um pouco de água sobre si, e o resto sobre a casa de Mmboro dizendo:
_ Está chovendo, chovendo, chovendo, vocês não gostariam de entra na minha cabaça para que a chuva não estrague suas asas?
Muito obrigado! Muito obrigado! - zumbiram os marimbondos entrando para dentro da cabaça que Ananse tampou rapidamente.
O homem Aranha, então, pendurou a cabaça na árvore junto a Osebo dizendo:
_Agora Mmboro, você está pronto para encontrar Nyame o Deus do Céu.
Depois, ele esculpiu uma boneca de madeira, cobriu - a de cola da cabeça aos pés, e colocou - a aos pés de um flamboyant onde as fadas costumam dançar. À sua frente, colocou uma tigela de inhame assado, amarrou a ponta de um cipó em sua cabeça, e foi se esconder atrás de um arbusto próximo, segurando a outra ponta do cipó, e esperou.
Minutos depois, chegou Moatia, a fada que nenhum homem viu. Ela veio dançando, dançando, dançando, como só as fadas africanas sabem dançar, até aos pés do flamboyant. Lá, ela avistou a boneca e a tigela de inhame.
Bebê de borracha - disse a fada - estou com tanta fome, poderia dar - me um pouco do seu inhame?
Ananse puxou a sua ponta do cipó para que parecesse que a boneca dizia sim com a cabeça, a fada, então, comeu tudo, depois agradeceu:
_Muito obrigada bebê de borracha.
Mas a boneca nada respondeu, a fada, então, ameaçou:
Bebê de borracha, se você não me responde, eu vou te bater.
E como a boneca continuou parada, deu - lhe um tapa ficando com a mão presa na sua bochecha cheia de cola. Mais irritada ainda, a fada ameaçou de novo:
_Bebê de borracha, se não me responde, eu vou lhe dar outro tapa.
E como a boneca continuou parada, deu - lhe um tapa ficando agora, com as duas mãos presas. Mais irritada ainda, a fada tentou livrar - se com os pés, mas eles também ficaram presos. Ananse então, saiu de trás do arbusto, carregou a fada até a árvore onde estavam Osebo e Mmboro dizendo:
Agora Mmoatia, você está pronta para encontrar Nyame o Deus do céu.
Ai, ele foi a casa de Ianysiá sua velha mãe, sexta filha de sua avó e disse:
_Ianysiá venha comigo vou dá - la a Nyame em troca de suas histórias.
Depois ele teceu uma imensa teia de prata em volta do leopardo, dos mrimbondos e da fada, e uma outra que ia dochão até o céu e por ela subiu carregando seus tesouros até os pés do trono de Nyame.
Ave Nyame! - disse ele - aqui está o preço que você pede por suas histórias; Osebo, o leopardo de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moati, a fada que nenhum homem viu. Ainda lhe trouxe Ianysiá minha velha mãe, sexta filha de minha avó.
Myame ficou maravilhado, e chamou todos de sua corte dizendo:
O pequeno Ananse, trouxe o preço que peço pelas minhas histórias, de hoje em diante e para sempre, elas pertencem a Ananse e serão chamadas de histórias do Homem Aranha! Cantem em seu louvor!.
Ananse maravilhado, desceu por sua teia de prata levando consigo o baú das histórias até o povo de sua aldeia, e quando ele abriu o baú, as histórias se espalharam pelos quatro cantos do mundovindo chegar até aqui. Entrou por uma porta, saiu pela outra, quem quiser que conte outra.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

O HOMEM SEM SORTE


(CONTOS E LENDAS AFRICANAS)


Vivia perto de uma aldeia um homem, um homem que era completamente sem sorte. Nada do que ele fazia dava certo. Muitas vezes ele plantava sementes e o vento vinha e as levava, outras vezes, era a chuva, que vinha tão violenta que carregava as sementes. Outras vezes ainda, as sementes permaneciam sob a terra, mas o sol era tão quente que as cozinhava. E ele se queixava com as pessoas e as pessoas escutavam suas queixas, da primeira vez com simpatia, depois com um certo desconforto e enfim, quando o viam mudavam de caminho ou entravam para suas casas fechando portas e janelas, evitando-o. Então além de sem sorte, o homem se tornou chato e muito só.

Ele então começou a procurar um culpado para o que lhe acontecia. Analisando a situação de sua família percebeu que seu pai era um homem de sorte, sua mãe tinha tido sorte por ter se casado com seu pai e seus irmãos eram muito bem sucedidos. Pois então, se não era um caso genético, só poderia ser coisa do Criador. E depois de muito pensar, resolveu tomar uma atitude e ir até o fim do mundo falar com o Criador, que como Criador de tudo, deveria ter uma resposta.

Arrumou sua malinha, algum alimento e partiu rumo ao fim do mundo. Andou um dia, um mês, um ano e um dia, e pouco antes de entrar numa grande floresta ouviu uma voz:

- Moço, me ajude.

Ele olhou para os lados procurando alguém. Até que se deparou com um lobo, magro, quase sem pelos; era pele e osso o infeliz. Dava para contar suas costelas . E o lobo falou:

- Há três meses estou nesta situação. Não sei o que está acontecendo comigo. Não tenho forças para me levantar daqui. O homem refeito do susto respondeu:

- Você está se queixando a toa ...Eu tive azar a vida inteira. O que são três meses? Mas faça como eu. Procure uma resposta. Eu estou indo procurar o Criador para resolver o meu problema.

- Se eu não tenho forças nem para ir ao rio beber água... Faça este favor para mim . Você está indo vê-lo, pergunte o que está acontecendo comigo.

O homem fez um sinal de insatisfação e disse que estava muito preocupado com seu problema , mas se lembrasse, perguntaria. Virando as costas, continuou seu caminho. Andou um dia, um mês, um ano e um dia e de repente, ao tropeçar numa raiz, ouviu:

- Moço, cuidado.

E quando olhou, viu uma folhinha que vinha caindo, caindo. Olhando para cima, viu uma árvore com apenas duas folhinhas. Levantou-se e observando suas raízes desenterradas, seus galhos retorcidos, sua casca soltando-se do tronco, falou:

- Você não se envergonha ? Olhe as outras árvores a sua volta e diga se você pode ser chamada de árvore? Conserte sua postura.

A árvore, com uma voz de muita dor, disse:

- Não sei o que está acontecendo comigo. Estou me sentindo tão doente. Há seis meses que minhas folhas estão caindo, e agora, como vês, só restam duas... E, no fim da conversa, pediu ao homem que procurasse uma solução com o Criador.

Contrariado, o homem virou as costas com mais uma incumbência. Andou um dia, um mês, um ano e um dia e chegou a um vale muito florido , com flores de todas as cores e perfumes. Mas o homem não reparou nisto. Chegou até uma casa e na frente da casa estava uma moça muito bonita que o convidou a entrar. Eles conversaram longamente e quando o homem deu por si já era madrugada. Ele se levantou dizendo que não podia perder tempo e quando já estava saindo ela lhe pediu um favor:

- Você que vai procurar o Criador, podia perguntar uma coisa para mim? É que de vez em quando sinto um vazio no peito, que não tem motivo, nem explicação. Gostaria de saber o que é e o que posso fazer por isto. O homem prometeu que perguntaria e virou as costas e andou um dia, um mês, um ano e um dia e chegou por fim ao fim do mundo. Sentou-se e ficou esperando até que ouviu uma voz. E uma voz no fim do mundo, só poderia ser a voz do criador.

- Tenho muitos nomes. Chamam-me também de Criador ... E o homem contou então toda a sua triste vida. Conversou longamente com a voz até que se levantou e virando as costas foi saindo, quando a voz lhe perguntou:

- Você não está se esquecendo de nada ? Não ficou de saber respostas para uma árvore, para um lobo e para uma jovem ?

- Tem razão... E voltou-se para ouvir o que tinha que ser dito. Depois, virou-se e correu mais rápido que o vento, até que chegou à casa da jovem. Como ela estava em frente à casa , vendo-o passar chamou:

- Ei!!! Você conseguiu encontrar o Criador? Teve as respostas que queria?

- Sim!!! Claro! O Criador disse que minha sorte está toda no mundo. Basta eu ficar alerta para perceber a hora de apanhá-la!

- E quanto a mim, você teve a chance de fazer a minha pergunta?

- Ah! O Criador disse que o que você sente é solidão. Assim que encontrar um companheiro vai ser completamente feliz, e mais feliz ainda vai ser o seu companheiro.

A jovem então abriu um sorriso e perguntou ao homem se ele queria ser este companheiro.

- Claro que não... Já trouxe a sua resposta... Não posso ficar aqui perdendo tempo com você. Não foi para ficar aqui que fiz toda esta jornada. Adeus!!!

E virando as costas correu, mais rápido do que a água, até a floresta onde estava a árvore. Ele nem se lembrava mais dela. Mas quando novamente tropeçou em sua raiz, viu caindo uma última folhinha. Ela perguntou se ele tinha uma resposta, ao que o Homem respondeu:

- Tenho muita pressa e vou ser breve, pois estou indo em busca de minha sorte e ela está no mundo. O Criador disse que você tem embaixo de suas raízes uma caixa de ferro cheia de moedas de ouro. O ferro desta caixa está corroendo suas raízes. Se você cavar e tirar este tesouro daí, vai terminar todo o seu sofrimento e você vai poder virar uma árvore saudável novamente.

- Por favor !!!Faça isto por mim!!! Eu não tenho como fazê-lo. Você pode ficar com o tesouro. Ele não serve para mim. Eu só quero de novo minha força e energia. O homem deu um pulo e falou indignado:

- Você está me achando com cara de quê? Já trouxe a resposta para você. Agora resolva o seu problema. O Criador falou que minha sorte está no mundo e eu não posso perder tempo aqui conversando com você, muito menos sujando minhas mãos na terra. E virando as costas, correu, mais rápido do que a luz, atravessou a floresta e chegou onde estava o lobo, mais magro ainda e mais fraco. O homem se dirigiu a ele apressadamente e disse:

- O Criador mandou lhe falar que você não está doente. O que você tem é fome. Está a morrer de inanição, e como não tem forças mais para sair e caçar, vai morrer ai mesmo. A não ser, que passe por aqui uma criatura bastante estúpida e você consiga comê-la.

E nesse momento, os olhos do lobo se encheram de um brilho estranho, e reunindo o restante de suas forças, o lobo deu um pulo e comeu o homem sem sorte."

domingo, 8 de junho de 2008

Histórias que conto


Macaquinho

(Ronaldo Simões Coelho)
Adaptação: Nick Zarvos e Música: Bia Bedran

Toda a noite o macaquinho passava pra cama do pai e ficava mexendo, e pulando, e dando
chute, e não deixava o pai dormir.
Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?
Macaquinho – Por que eu tô com frio.
O pai macaco cobriu o macaquinho com lençol, mas depois de um tempo lá estava o
macaquinho de novo na cama do pai.
Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?
Macaquinho – Por que eu tô com fome.
O pai macaco deu mamadeira pro macaquinho, mas não adiantou. Depois de um tempo, já tava
de novo na cama do pai.
Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?
Macaquinho – Tô com vontade de fazer xixi.
Cada dia o macaquinho dava uma desculpa: medo, cama apertada... até que um dia ele falou a
verdade.
Macaquinho – Eu quero ficar na sua cama porque fico com saudades de você.
Aí o pai macaco entendeu. E começou a brincar com o macaquinho todas as vezes que chegava do
trabalho, ao invés de só ver televisão. O macaquinho ficou todo feliz e nunca mais passou pra cama do
pai. E nunca mais o pai macaco precisou cantar:
Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

E-MAIL

rosemary_2623@hotmail.com

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O encantador de palavras


Ser contadora de histórias é ser uma encantadora de palavras. Carregando as palavras e uma lanterna, vem o contador de histórias com as palavras e a lanterna a caminho, e quando chegam, ele, as palavras e a lanterna um tece o outro. As crianças e as pessoas grandes que sabem ser como as crianças, ao ouvir as palavras, ver a lanterna e o contador de histórias...entregam suas almas à esteira rolante da eternidade.

CURRICULO NA ÁREA




Endereço para acessar este CV:
http://lattes.cnpq.br/7416522716472668

terça-feira, 6 de maio de 2008

PUBLICAÇÃO:



Um livro desses que as vezes a gente pega e lê de uma vez só. Deixa passar um dia, pega de novo e lê outra vez. Outras vezes abre ele em qualquer página, lê uma página, lê duas...lê quatro. Depois fecha os olhos...é tão bom!!!

Palavra registrada para dizer como as coisas em minha cidade são e como poderiam ser. Um livro simples e mesmo que não ensine coisa nenhuma, ao lê-lo, se gosta mais de Bonfim.

Os contos que eu mais ouvia em minha infância: Mogli, o menino lobo e A Bela Adormecida.


A Bela Adormecida
(baseada no conto do francês Charles Perrault)

Narrador: Era uma vez um rei e uma rainha que estavam tristes porque não tinham filhos.Mas numa alegre manhã de primavera
Súditos: - Nasceu a filha do rei, nasceu a princesinha...viva...viva...
Narrador: Tocam-se as trombetas;
Arauto: - Os soberanos deste país, farão organizar uma grande festa, para qual estão convidados, todos os habitantes, das cidades, dos vales, dos bosques, dos rios e dos mares.
Súditos: -Eh! Viva! Ê ê ê!!!!!
Narrador: Mas havia alguém que não participava da alegria geral, era a feiticeira do gatinho...
Bruxa: -Aha! Foi de propósito, que o rei só convidou os habitantes das cidades, dos vales, dos bosques, dos rios e dos mares. Só não convidou os habitantes das montanhas, para eu não ir à festa.
Vira-se para o gatinho. – Malino!
Gatinho: - Miau!
Bruxa: Você irá comigo até o Palácio. Garanto que irão pagar caro por essa ofensa!
Narrador: No Palácio, os reis sem suspeitar do perigo que os ameaçava, receberam a visita de três belas fadas.
Fadas: (as três)- Somos as fadas rosadas, viemos presentes trazer:
(1ª fada) – Eu sou Rosa!
(2ª fada) – Eu sou Rosina!
(3ª fada) – E eu sou Rosicler!
(As três) – Somos as fadas rosadas viemos presentes trazer, serás a nossa afilhada, e mil alegrias vais ter!
Rosa – Com muita felicidade, dou-te bondade e beleza!
Rosina – E eu, dou o dom da verdade e linda voz à princesa!

Narrador: E quando a terceira Fada ia dar o seu presente, houve um clarão no grande salão do Palácio onde todos estavam. Subiu uma fumaça preta, ouviram-se alguns tambores e quem apareceu? A feiticeira e seu gatinho no meio da fumaça, rodopiando com raiva:

Bruxa: - Calma calma um momentinho, também eu quero falar, sou a bruxa do gatinho, meu presente quero dar. No dia em que a princesa, quinze anos completar, no fuso de uma roca, seu dedo vai espetar, e imediatamente, sem vida ela vai ficar!

Narrador: Todos no Palácio começaram a chorar.

Súditos: Choram, soluçam...

Fada Rosicler: – Não chorem, eu peço, não chorem. Esperem que um jeito eu vou dar. Embora o feitiço da bruxa, ninguém consiga tirar. No dia em que a Princesa quinze anos completar, no fuso de uma roca seu dedo vai espetar e imediatamente, os sentidos perderá...mas até que alguém com um beijo, possa lhe despertar!

As três fadas – Somos as fadas rosadas, viemos presentes trazer!
(1ª fada) – Eu sou Rosa!
(2ª fada) – Eu sou Rosina!
(3ª fada) – E eu sou Rosicler!
(As três) – Alegria minha gente, a festa não deve acabar, ainda faltam quinze anos para o feitiço chegar e assim mesmo não sabemos, quanto tempo irá durar, alegria minha gente, a festa não deve acabar!
(1ª fada) – Alegria!
(2ª fada) – alegria!
(3ª fada) – Alegria!
Todos: - Sorriem, dançam...

Narrador: O Rei decretou:
Rei - Quero que todas as rocas do reino sejam queimadas!

Narrador: Os anos foram se passando. A medida que a princesinha ia completando os anos, os cuidados eram dobrados. Todos ficavam atentos a qualquer coisa estranha. As Fadas Rosadas estavam de sobreaviso para qualquer momento se precisassem...

Narrador: Chegou o dia dos quinze anos! Todos muito tensos prestavam o máximo de atenção a todos os passos da Princesinha. Quando ela estava se arrumando para a grande festa, sua dama de companhia foi pegar algo para arrumar o cabelo. A Princesinha ficou só. Avistou então, por um segundo, uma porta que nunca havia prestado atenção. Resolveu dar uma olhada. Viu uma velhinha que estava sentada fazendo algo estranho. A velhinha a cumprimentou:

Bruxa: - Olá Bela menina!
Princesa – Hó! Que está fazendo?
Bruxa: - Estou fiando!
Princesa: - Fiando?
Bruxa: - É! Fiando!
Princesa: - O que é isso?
Bruxa: - Estou transformando este chumaço de lã em um fio, e deste fio pode se fazer um tecido!
Princesa: - Eu nunca havia visto isso antes!
Bruxa: - É porque seu pai proibiu que se fiasse em todo o reino!
Princesa: - Ora, mas por que? Uma coisa tão útil?
Bruxa: - Você quer experimentar?
Princesa – Ó, não não, obrigada!
Narrador: A bruxa inssistiu!
Bruxa: - Venha!
Princesa: Não!
Bruxa: Não demora nada!
Princesa: - Não, não posso!
Bruxa: - Venha, não demora nada!
Princesa: - Ó, está certo!
Narrador: A Princesa então, na hora que foi pegando na agulha da roca, sentiu algo lhe furando o dedo...e...
Princesa(quase gritando) – Ai! espetei meu de...

Narrador: Nem sequer conseguiu dizer o nome todo, caiu totalmente sem vida... Encontraram a Princesinha caída no chão. Foi aquele reboliço, todos correram, choraram. Mandaram chamar imediatamente as Fadas Rosadas, e elas, mais que ligeiro chegaram para cuidar da Princesinha desmaiada, cuidar do povo todo do Castelo.
Fadas: ( Rosa) - Pobre da nossa afilhada! O que é que nós vamos fazer?
Rosina: - Que feiticeira malvada! Ah! Uma idéia acabo de ter! A todos que estão no Palácio, sem exceção de ninguém, faremos com nossos poderes, que fiquem dormindo também. Assim, quando ela acordar, todos despertarão, e o tempo que se passar, eles nem notarão!
Rosicler: - Que idéia maravilhosa! É espetacular! Vamos Rosina e Rosa, temos que trabalhar!
As três fadas! – Com nossos poderes divinos, faremos adormecer, homens, mulheres e meninos e assim, ninguém vai sofrer!

Narrador: As três fadas, tocaram com suas varinhas mágicas em todos que estavam no Palácio. No rei e na rainha, nos empregados, nos animais...e todos adormeceram. A Princesinha adormecida, colocaram ela em sua cama toda bonita e confortável, colocaram bastante espinhos ao redor do Palácio, muitas árvores...para ficar bem escondido e protegido porque ia assim durante muito tempo...

Fadas:
Rosa -Vamos irmãs tão queridas, vamos pra casa voltar, que a Bela Adormecida, não podemos ajudar.

Rosina - Dorme gentil princesinha, não verás o tempo passar, até que um beijo de amor, possa lhe despertar.

Rosicler - E quando acordares linda, todos despertarão, e com alegria infinda, viremos beijar sua mão.

As três - Somos as Fadas Rosadas, tristonhas vamos ficar, mas há de chegar o dia, em que Bela vais despertar, em que bela vais despertar...

Narrador: Passaram-se muitos anos. Um dia, um Príncipe que por ali passava, avistou o Palácio escondido entre enormes espinhos espetantes e se aproximou. Havia um duende guardando o Palácio por ordem das três fadas para que ninguém se aproximasse. O Belo Príncipe então, se aproximou do duende que servia de guarda e perguntou:

Príncipe: É neste Palácio que há cem anos dorme uma linda jovem que foi enfeitiçada por uma bruxa muito má?

Duende: Sim!

Príncipe: Eu quero entrar e conhecer a linda princesa!

Duende; mas como? Olha só quanto espinho! Ninguém nunca conseguiu atravessar tanto espinho. Como você vai conseguir?

Narrador: o Príncipe, pegou sua afiada espada e passou com toda a força nos espinhos e disse:

Príncipe: Assim!

Narrador: Os espinhos caíram todos, deixando livre a entrada para o Palácio. E o Príncipe foi entrando. Viu que todos lá dentro estavam dormindo profundamente, mas quis ir logo ver onde estava dormindo a jovem tão bela. Chegando ao quarto onde se encontrava a Princesa, ele a viu, e viu como era bonita.

Príncipe: Oh! Como é linda!

Narrador: Dizendo isso, o jovem beijou a Princesinha!

Princesa (acordando): Hoó, ó! Quem é você?

Príncipe: Eu sou o Príncipe Celso! Venha comigo, depois eu lhe contarei tudo o que aconteceu.

Narrador: Ele saiu conduzindo a Princesa pelos aposentos. À medida que iam passando as pessoas iam despertando...Ao chegarem onde se encontravam os reis:

Rei (acordando e emocionado): Oh! Ó! Minha filha...

Príncipe: Eu quero aproveitar a oportunidade e pedir a mão da Princesa em casamento!

Narrador: O Rei e a Rainha deram a mão da Princesa em casamento. Estavam todos muito felizes...Mas, a feiticeira do gatinho já estava sabendo de tudo e não estava nada satisfeita.

Bruxa: Com aranha milanesa, e pó de casquinha de ovo. Vou fazer com que a Princesa, fique dormindo de novo. Malino vamos embora, agora é que eles vão ver, vamos montar na vassoura, que um feitiço eu vou fazer!

Narrador: Mas as Fadas Rosadas, também já estavam sabendo de tudo e já haviam tomado as providências. Uma grande tempestade aconteceu, deu um vento e um relâmpago tão forte em cima da bruxa, que ela foi parar muito distante, bem longe em um lugar de onde jamais ela poderá sair. E o Príncipe e sua Bela Adormecida, viveram felizes para sempre!

domingo, 4 de maio de 2008


“Se se quiser falar ao coração do homem há que se contar uma história. Dessas em que não faltam personagens, animais, deuses fantasia. Porque é assim,suave e docemente, que se despertam consciências.”
Jean de La Fontaine

PROJETOS


Skindô-le-LER...
O ENCANTADOR DE PALAVRAS

ATIVIDADES:

À semelhança de uma Sherazade, que, nas narrativas de As Mil e Uma Noites, se dispõe a “contar outra”, a palavra aqui contada conduzirá a passagens que se abrem em outros enfoques, um elo para novos temas que não sejam somente sobre o caminho do contador de histórias mas, inclusive, sobre:
– OFICINAS DE CRIAÇÃO LITERÁRIA;
– WORKSHOPS (OFICINAS PRÁTICAS) SOBRE ALFABETIZAÇÃO, ARTES E EDUCAÇÃO INFANTIL;
– CURSOS E PALESTRAS
– ESPETÁCULOS PARA CRIANÇAS.

PÚBLICO ALVO:

Estudantes, educadores, contadores de histórias, pais, avós, voluntários de entidades filantrópicas, terapeutas, monitores e animadores de festa, amantes do mundo infantil e todos os interessados nessa temática.

OBJETIVOS:
O curso fornece espaço e compartilha vivências para que se possa conhecer o potencial do contador(a) de histórias..

"Esse retorno à tradição oral é uma necessidade do mundo contemporâneo, em que precisamos nos voltar para a poesia, para o mundo da vida e buscar maior integração", ressalta Gislayne Matos (Mestra em educação, arte-terapeuta, arte educadora, contadora de histórias e estudiosa da obra As Mil e Uma Noites.), para quem é importante que se busque algo que dê mais sentido à vida, de modo a fugir da banalização, do descartável.

Mas o conto-tô-tô
Não morreu-reu-reu
Inscreva-se, participe, acompanhe e traga suas histórias para contar.

Era uma vez,
uma velha coroca
que foi ao jardim
falar com a minhoca...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

“Da pré-escola à universidade, os contos têm-se revelado um recurso extremamente eficaz.” (Gislayne Matos)

Para cada idade uma história diferente, para cada idade uma interpretação diferente da mesma história.
Para que contar histórias:
- Enriquecer repertórios
- Entreter e aproximar as pessoas
- Interpretar o mundo
- Formar cidadãos
- Trocar afetos

terça-feira, 29 de abril de 2008

E as histórias prosseguem, como se tudo houvesse acontecido!


O JARDIM, O OGRO E UM POEMA

De Rose Mary Ferreira Almeida

Era uma vez, um reino muito distante e bonito que tinha um rei que governava com amor e justiça.

Nele, todos viviam felizes, com vida normal, cuidando de seus jardins.

As janelas das casas eram decoradas com cortinas de xadrez, contornadas com babadinhos brancos. Através destas janelas tinha-se uma visão romântica dos jardins tão cheios de gramados e lindas flores que exalavam perfume.

Destas janelas também se podia observar as crianças que brincavam, sorriam, passeavam e corriam livremente, pois não havia muros nem grades separando as casas e os jardins.

Neste reino morava também um ogro. Diziam que ele era mau e não gostava de criança, mas na verdade, ele sofria mesmo era de solidão.

O ogro também tinha um jardim e de todos os jardins o mais bonito era o seu. Nele havia flores raras e exóticas...lindas e incomuns violetas, orquídeas belíssimas, lírios alvíssimos, majestosas roseiras, bromélias multicores...

Como viviam falando mal dele, resolveu, só de birra, fazer um muro bem alto ao redor do jardim. Assim, depois de feito, ninguém mais pôde ter acesso ao seu lindo pomar.

Então, repentinamente, algo muito estranho começou a acontecer: o jardim foi perdendo as cores e a alegria,a grama secou, as árvores morreram, tudo foi murchando, ficando feio. O ogro se lamentava, se desesperava. Mas suas flores não paravam de secar.

- Meu jardim é bem mais rico e tem muito mais flores raras e exóticas. Porque, então, os jardins comuns estão assim: diferentes, cheios de luz, beleza e encanto?

O ogro triste e preocupado, não conseguia ficar parado:

- O que fazer? O que aconteceu com minhas flores? Ó vento amigo, me diga o que faço para aliviar meus dissabores?

O vento soprou um poema do Mário Quintana, mas o ogro, insensível à poesia, não entendia a linguagem do vento.

-Ó passarinhos, me digam o que aconteceu ao meu jardim e me ajudem a não viver tão triste assim!

Os passarinhos começavam a cantar, mas o ogro também não entendia o passarinhês.

- Borboletas amigas, me digam por favor, o que devo fazer para não morrer de amor!

As borboletas recitavam o tal poema. Cada cor uma frase, cada frase uma cor. Mas ele por mais que tentasse, não conseguia entender o borboletês.

E o ogro então, caiu doente de uma certa doença que enfraquece o coração da gente.

Até que um dia, quando sua força não mais existia e no leito ele quase morria, o vento soprou forte, mas tão forte, mas tão forte, que abriu a janela do quarto em que ele padecia, e o tal poema na ventania, finalmente o ogro ouvia.

Depois disso, ele mandou chamar seus empregados para que destruíssem o muro. Ordenou e o grande muro ao chão tombou!

Depois disso, como se por milagre, tudo voltou a ser como antes: as flores , os jardins, as pessoas, o ogro, os pássaros, as borboletas, o vento...Todos viviam juntos e felizes . Não havia mais um muro a separá-los.

E só então, o ogro conseguiu, enfim, entender o ventanês, o passarinhês, o borboletês e o poema de Mário Quintana:

“O que mata um jardim não é o abandono...
O que mata um jardim é esse olhar vazio
De quem por ele passa indiferente.”





Foi para a cabeça
E saiu na mão
Quem quiser outra
Tem que entrar pelo coração!





segunda-feira, 28 de abril de 2008

sábado, 26 de abril de 2008